segunda-feira, 26 de abril de 2010

200 recusas depois, jovem inglesa suicida-se

"Eu já não quero ser mais eu. Não fiquem tristes, a culpa não é vossa, só quero que sejam felizes". Foi esta a mensagem que Vicky Harrison, jovem inglesa de 21 anos, deixou aos pais e ao namorado no dia em que se suicidou.
Formada em som e imagem, Vicky pretendia ser produtora de televisão embora tivesse tentado arranjar trabalho nas mais variadas áreas. Empregada de balcão, de mesa, repositora em cadeias de supermercados, tudo foi tentado pela jovem inglesa que, ao fim de dois anos a tentar arranjar emprego, recebeu mais de 200 recusas.
Os casos como o de Vicky Harrison existem, não são contabilizados nem tão pouco responsabilizados. Como esperar que alguém que ao fim de dois anos e duzentas recusas de emprego continue a tentar?
A precariedade não é impeditiva apenas de uma normal vida em termos económicos. Talvez a pior face desta nova peste do século XXI seja justamente a criação de um desânimo e de uma lógica que, impregnada inconscientemente, nos prende à sempre constante corda bamba de uma vida que é vivida sem ânimo, sem esperança e, inevitavelmente, sem contestação. De facto, a precariedade nas relações laborais é a melhor mordaça que os Estados "não autoritários" possuem ao seu dispor. Que melhor maneira de controlar uma franja da população do que com a sempre invisível, mas tão bem presente, "corda na garganta"?
A precariedade faz mais pelo controlo de um Estado sobre a vida das pessoas que a mais brutal repressão estatal, palpável, visível e passível de ser afrontada. Talvez seja este o "el dorado" que Estados e patronato procuravam desde o fim das ditaduras mais musculadas. 

André Pires

Notícia DN: aqui

3 comentários:

  1. Provavelmente não a empregaram precariamente para não terem iluminados à porta a dizerem à rapariga para não aceitar o trabalho. Se um empregador for obrigado a ficar com um trabalhador para toda a vida, vai contratar menos, podem ter a certeza. São leis laborais rígidas que provocam estas situações e não a precariedade. A precariedade cria empregos, aqui e em qualquer local do mundo.

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  2. eduardo....um assiduo leitor deste blog...não sei nada acerca da sua pessoa,mas o que eu já consegui entender,que é contra as acçoes do mayday.cada um,é livre e responsavel nas suas acçoes.é o caso dos membros e apoiantes do movimento mayday.chama se liverdade.vc é contra...
    julga se que é dono da razão...
    entao,eu vou comentar o seguinte.uma balança,imagine!meio termo,sabe o que significa?
    nos tempos de hoje nao existe,sabe pq?devido ao modo de pensar de pessoas como vc!uns tem direitos,outros obrigaçoes...seu caso,vc tem apenas direitos!
    a sua empresa,seu negócio?subindo na bolsa?nao?falênçia?intençao de mudar de ramo?nautica?comércio de veiculos exclusivos?imobiliaria?condominios?digo isso,pq penso,pq que razao,vc comprou recentemente uma moradia num condominio,comprou mais um ferrari,e comprou um iate...
    entendo o seu modo de pensar,mas gostaria que entendesse o meu tb....

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  3. ah!concordo plenamente contigo andré pires!

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