Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.
Vladimir Maiakovski
Para que as gargantas não fiquem silenciadas com os actos sem escrúpulos do patronato neo-liberalista que tudo nos tenta roubar: As conquistas de Abril, em primeira linha, mas tudo o demais: desde a dignidade como trabalhadores até ao mínimo do direito humano. Esta a razão fundamental pelo que participo na assembleia MayDay. Porque, por igual, não tolero a mentira usada pelos patrões para despedir trabalhadores. Porque não tolero o assédio moral, a represália dentro das empresas para silenciar, domar, tornar cada trabalhador num manso cordeirinho. Porque não tolero usar-se a precaridade na vida das pessoas como instrumento de poder. Porque não tolero a cobardia dos partidos ditos de esquerda que, uma vez no poder, pactuam de forma mais vil com o patronato mais cruel. Porque não tolero ver a sociedade e a sua componente de Estado-social - como instrumento da equidade - serem destruídos em prol do capitalismo sem escrúpulos.
Venho ao MayDay para podermos dizer e continuar a dizer o nosso grito de revolta contra a exploração humana!
João Falcão-Machado
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